segunda-feira, 19 de março de 2012

Esquadrões da Morte de El Salvador


Boa parte da violência ali – seja de direita ou esquerda – está além do controle do governo.
Ronald Reagan

Um esquadrão da morte difere de um grupo terrorista regular pelo fato de usar a violência para manter o estado de coisas existente, não como um meio para causar rompimento. O esquadrão é um grupo armado que assassina ativistas, dissidentes, políticos ou qualquer um que ocupe posição ameaçadora para o status quo político de uma forma geral.
El Salvador, uma república na costa do Pacífico na América Central, tem uma reputação de violência que não se deve ao governo nem a criminosos comuns. A violência se tornou parte regular da vida diária em um país onde a terra é limitada mas a população continua se expandindo. É um país dominado por tensões políticas, com uma sociedade fraturada e um sistema de justiça extremamente fraco.
As raízes dos esquadrões da morte de El Salvador são profundas e podem ser traçadas desde 1910, quando a Guarda Nacional foi formada para proteger os interesses dos proprietários de terras. Eles se tornaram conhecidos como “instrumentos locais de terror”, e em 1932, com o apoio do exército e de grupos paramilitares, a Guarda Nacional levou a cabo o massacre La Matanza. Desesperada para garantir a própria sobrevivência, agricultores começaram a organizar grupos antigoverno. O governo reagiu reunindo os agricultores, enfileirando-os contra um paredão e fuzilando-os. Esse massacre, que aconteceu na região oeste do país, matou de 20 mil a 30 mil camponeses, com o único propósito de sufocar uma insurgência rural. O realizador da Grande Matança, ou La Matanza, foi o general Martinez, e ele defendeu sua atitude com base na religião declarando:

É mais criminoso matar uma formiga que um homem, porque um homem renasce na morte, enquanto uma formiga morre para sempre.

Em 1963 o governo dos EUA ofereceu ajuda ao general José Alberto Medrano enviando dez membros das Forças Especiais para compor um esquadrão da morte paramilitar, que se tornou conhecido como a Organização Democrática Nacionalista (ORDEN). Em associação com o exército de El Salvador, esse esquadrão obteve informações privilegiadas e cometeu assassinatos político – existem agora provas de que esse tipo de atividade vem acontecendo há mais de 30 anos.
Sabe-se que esquadrões da morte massacraram vilarejos inteiros por suspeitar de guerrilhas escondidas, e isso é especialmente praticado na Guatemala. Ainda hoje esquadrões da morte atuam abertamente na América Central, agindo sob o nome de Sombra Negra. Esses grupos consistem de indivíduos vigilantes que procuram suspeitos de atividades criminosas e membros de gangues rivais.
  

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